Agronegócio, açúcar e álcool

Aplicações dos aços inoxidáveis

O aço inoxidável está presente nos equipamentos das usinas sucroalcooleiras desde o início do PROÁLCOOL – Programa Nacional do Álcool, instituído em 1973. Foi nos últimos anos, porém, que o material ampliou sua participação neste importante segmento da economia brasileira.

Nos últimos anos, o consumo de aço inoxidável em usinas de açúcar tem crescido de forma expressiva, fruto do bom desempenho do material nos diversos processos industriais e da sua vantajosa relação custo-benefício.

Nas usinas, os estágios de fabricação que provocam maior desgaste nos equipamentos são a entrada da cana, pelo fato de esta conter muita areia, e a moagem. O desgaste também é provocado pelas características do processo, predominando problemas de corrosão por pites, corrosão em frestas, corrosão microbiológica, além da corrosão generalizada. Entretanto, a correta especificação do aço inoxidável contribui para um desempenho superior e, até mesmo a eliminação da corrosão.

Além da corrosão e do desgaste que impactam negativamente na durabilidade do material, o maior prejuízo na verdade é o surgimento de “pontos pretos” – óxidos e partículas ferromagnéticas desprendidas do aço-carbono – no açúcar, que comprometem a qualidade do produto e, portanto, causam a diminuição do seu preço de venda.

Onde o aço inoxidável está presente

Entre os vários tipos de aço inoxidável, os mais utilizados pelas usinas de açúcar são os tipos 304, 316L, 410D, 439 e 444. Na industrialização do açúcar o aço inox está presente em chapas, na entrada e no terno das moendas; no shut donele; no cush-cush; nas esteiras de bagaço e nos difusores; no revestimento de cozedores e evaporadores; bem como em partes dos cristalizadores e secadores de açúcar. Na forma de tubos, o material é utilizado nas linhas de evaporação, nos aquecedores e nos cozedores.

Nos processos iniciais de fabricação de açúcar em que predominam os problemas de abrasão o tipo ideal de aço inoxidável para suportar esta solicitação é o 410D, especialmente em meios úmidos, onde coexistem os ataques abrasivo e corrosivo. Depois da moenda, na sulfitação, prevalece a utilização do tipo 316L. Na fabricação de açúcar, propriamente dita, o tipo mais comum é o 444, seguido do 304. Estes aços inoxidáveis são empregados em equipamentos como aquecedores, evaporadores, cozedores a vácuo, cristalizadores e secadores.

Os tubos de aço inoxidável apresentam grandes vantagens nos processos de troca de calor (evaporadores), propiciando economia de energia. Isso é possível graças a muito menor espessura de parede dos tubos de inox (entre 1,0 e 1,5 mm). Podem ser utilizadas espessuras de parede tão finas nos tubos de aço inoxidável, devido à sua superior resistência à corrosão. Adicionalmente, garante-se uma maior área de condução e uma maior facilidade de limpeza, o que, por sua vez, implica em menores custos de manutenção e menores tempos de parada.

Aço inoxidável e higiene nas usinas

Se, na fabricação do açúcar, o aço inox ainda segue concorrendo com outros materiais, a tendência de substituição é um caminho sem volta e um processo natural considerando que essa indústria integra o setor de alimentos. A informação procede quando levamos em conta as inúmeras vantagens em termos de higiene: o inox reúne qualidades imprescindíveis no contato com o alimento, como a inércia química (não altera o sabor e a cor dos alimentos), evita a proliferação de bactérias e possibilita alto grau de limpeza.

Com base nas vantagens e experiências percebidas nas usinas que utilizam o material em seus equipamentos é de se esperar que o aço inox seja, em breve, a primeira opção quando se fala em processo, reforma ou ampliação do parque industrial sucroalcooleiro.

Esta crescente utilização do aço inoxidável na indústria do açúcar se apoia em benefícios que somente este material pode proporcionar, como a qualidade no processamento, maior durabilidade a custos menores e melhores condições de higiene.

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