e janeiro a novembro de 2024, a produção de aço bruto no Brasil atingiu 31,1 milhões de toneladas, representando um crescimento de 5,6% em comparação ao mesmo período de 2023.
Segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Instituto Aço Brasil, o consumo aparente, as importações e as vendas internas também registraram crescimento. As importações avançaram 24,4%, enquanto o consumo aparente subiu 9,6% e as vendas internas cresceram 8,7%.
A estimativa é que, ao incluir os números de dezembro, a produção total de aço bruto no país em 2024 chegue a 33,7 milhões de toneladas. No entanto, o desempenho das exportações foi negativo, com 8,8 milhões de toneladas exportadas até novembro, o que representa uma queda de 18,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Setores em destaque
Três setores fundamentais para o consumo de aço tiveram um papel importante nesse resultado. O setor de automóveis apresentou o maior crescimento, com alta de 12,1%. Já máquinas e equipamentos registraram aumento de 1%, enquanto a construção civil cresceu 4,1%.
China como ponto de atenção
Durante uma coletiva de imprensa, o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello, destacou um panorama histórico do consumo global de aço. Ele observou que, entre 1980 e 2023, o Brasil passou de uma média de 100,6 kg de aço consumido por habitante para 110,8 kg, uma variação de 10,1%. Em contraste, a China registrou um crescimento impressionante de 1.863% no mesmo período.
Mello chamou a atenção para a atuação chinesa no mercado global, que ele classificou como “predatória” devido ao domínio das exportações de aço, o que preocupa a indústria brasileira.
Transição energética e desafios
Outro tema abordado foi a transição energética, especialmente em razão da COP29, realizada no último mês em Baku, no Azerbaijão. Segundo Mello, a indústria de aço e ferro no Brasil é responsável por apenas 4% das emissões nacionais de gases de efeito estufa, enquanto, no cenário global, esse número chega a 7%.
Ele defendeu que a responsabilidade pelas emissões seja mais proporcional entre os setores econômicos. Mello citou o agronegócio, que representa 32% das emissões, e o setor de energia, responsável por 24%.
O executivo enfatizou que metas de descarbonização precisam ser realistas e viáveis para a indústria. Ele mencionou os Estados Unidos como um exemplo, onde o uso de sucata automotiva contribuiu para a transição energética. Outra solução mencionada foi a utilização de hidrogênio como alternativa no processo de descarbonização do aço, mas, segundo ele, isso exigiria uma postura mais aberta da Petrobras para evitar o monopólio.
Por fim, Mello destacou que a indústria do aço precisaria de R$ 180 bilhões em investimentos para viabilizar a transição para a energia limpa, somando diferentes estratégias para alcançar as metas de sustentabilidade.